Nos últimos meses, o rádio virou o principal veículo de comunicação nos países africanos afetados pelo vírus ebola, como a Libéria. Com programas que alertam sobre medidas de prevenção da doença transmitidos no idioma local, a população adotou o costume de ouvir as informações divulgadas pelas principais emissoras da região.
De acordo com a EFE, a rádio Gbehzohn, por exemplo, dobrou o tempo de atrações na língua local desde que a epidemia começou. Segundo o diretor de programação, Isaac Siegal, a emissora dedica 30 minutos diários a conteúdos voltados para a doença.
"Tem gente que não fala uma única palavra de inglês", por isso "sem o programa no nosso dialeto, nunca saberíamos quais precauções tomar contra o ebola", explicou o professor aposentado que fala bassa, assim como a maioria da população de Saint John, aldeia localizada no sudeste de Monróvia.
O representante do Ministério da Informação, Patrick Worzie, qualificou a missão dos veículos como chave para transmitir mensagens sobre a epidemia nas zonas rurais. Além do dialeto local, as rádios e TVs passaram a exibir programas informativos, anúncios e transmissões interativas em diferentes idiomas e abordam o assunto com formadores de opinião.
Em Kailahum, no leste de Serra Leoa, epicentro da epidemia no país, a rádio comunitária MOA, lançou uma campanha para encerrar os boatos sobre o combate à doença e chegou a dezenas de ouvintes dos dois lados da fronteira com a Libéria e a Guiné.
A agência Canal França Internacional lançou o projeto "Rádios contra o Ebola" para preparar 48 emissoras locais na África ocidental, com a finalidade de melhorar a aceitação da informação das mensagens de prevenção.
A iniciativa será desenvolvida em seis países, dos quais quatro não registraram nenhum caso confirmado: Costa do Marfim, Burkina Faso, Togo e Benin. Além destes, o Senegal declarou ter erradicado o vírus e o Mali foi o último país afetado.
Fonte: Sul Rádio